Acordei no meio da noite e lembrei de você! Mas lembrei de quem se ainda nem te vi?

Levantei pela manhã e você ainda estava na mente. Fui ao meu café preferido e te senti por perto, mas olhei em volta e vi a mim mesma refletida no vidro.

Estranho andar na rua, correr no parque, patinar, esquiar, velejar, e em tudo sentir alguém que não se sabe a face, mas que existe.

Lembrei da alma gêmea que vi no filme, do amor à primeira vista que aprendi desde a infância, relembrei as histórias de idas e vidas que tanto nos acariciam, e a doçura dos finais tristes que deixam na lembrança somente o lado bom e generoso da história.

Ainda sentia alguém, mas ainda via somente a mim.

E o dia passou… a sensação apazigou, o sono chegou.

Mas quando se sente e se pensa demais o coração não aquieta, e a mente transborda.

Correr é uma boa atividade, permite olhar o céu em movimento, sentir o vento no rosto e a vida nas veias.

Nesse pulsar o lago resolveu me olhar, lhe devolvi a gentileza e me sentei em sua fronte.

De novo aquela sensação, e a quem é que tanto anseio e não vejo? E então eu vi, sempre vi mas não enxergava.

Olhei para meu reflexo no lago e lá estava a pessoa que eu ansiava conhecer todos os dias e que me despertava no meio da noite.

E não se engane pensando, precipitadamente, em narcisismo, não é do que se trata. Vá além do comum.

Olhar a si mesmo e querer conhecer-se não é senão a felicidade do caminho, afinal quem além de nós se atura todo o tempo? Quem além tem a difícil missão de ser bom para si, para, assim, ser evolução para o mundo?

Então se você sentir o que eu senti sorria, e aproveite para tornar-se melhor naquilo que for necessário, afinal, sem escolha viável, será sempre e todo você e você.

Então, e apesar de clichê, seja a melhor versão de si mesmo.

E depois, cheio de si e pronto para doar-se, vá encontrar as pessoas que lhe transborda. Afinal, como já bem dito, “happiness in only real, when shared”!

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