O meu (não)sentido em você

Sinto sua falta em tantos sentidos que às vezes perco o sentido do que penso.

Sabe aquela vontade de te dar meu tempo, te entregar meu corpo e te deixar desvelar minha alma? Eu tenho.

Eu tenho aquele gostinho de quero mais um minuto, que na verdade é mais uma hora, quem sabe seja uma vida.

Penso em você só mais um pouquinho no meu edredom, e um tanto a mais no meu riso, um “tantinho” assim no meu sofá e inteiro no meu mundo.

Sabe como é guardar alguém bem dentro de você mesmo sem querer e sem saber como “cargas d’água” ele foi parar lá? Eu sei.

Então vem aqui do meu lado, na minha frente, no meu ouvido, na minha boca, que eu te transmito tudo isso por um beijo, te cedo tudo e sei que ainda me restará o dobro.

Talvez seja esse o seu efeito em mim, o de multiplicar.

Então chega mais perto e multiplica meu sorriso nos olhos, meu suspiro escondido.

A roupa por favor não multiplique, nem a sua nem a minha, o receio e o engodo a gente também deixa de fora, vai ser só a gente.

Os tantos sentidos que me faz sentir, é mistério que se desvenda junto, então fique perto, o mundo real a gente pensa só depois…

Sobre tipos de saudade – 1. Aquela que aperta o peito e faz doer

Vai lá, fala pra ele, fala por mim.

Conta pra ele que nenhuma conversa é tão interessante como a nossa, que nunca fez tanta falta falar qualquer besteira.

Que em nenhum outro momento palavras poucas me arrancaram sorrisos tão involuntários.

Que a ausência que me causa ninguém preenche.

Vai lá fala pra ele, fala por mim aquilo que eu não posso dizer, que se eu pudesse ainda lhe contaria como meu dia foi normal, ainda o ouviria dizer o quanto o teu cenário te completa, ainda ouviria teu silêncio, ainda esperaria seu singelo boa noite.

Vai lá, conta pra ele o que eu não conto, o que não contei quando me era possível.

Que seus olhos me hipnotizam, que suas mãos me impressionam, que teu corpo se encaixa no meu como se fosse pra ser meu, só meu.

Vai lá e fala pra ele que meu beijo quente não esquenta mais, que minhas mãos macias não encontram o afago, que meu abraço terno era exclusivo dos seus ombros.

Conta pra ele que ninguém me contesta de maneira tão gentil, que ninguém me ensina de modo tão gratuito, que ninguém me ouve com ouvidos tão abertos.

Mas acima de tudo, vai lá e fala pra ele que a saudade me presenteia, que a falta me acompanha, mas que eu viveria tudo outra vez.

Vai lá e agradece por mim a chance de ter contemplado sua presença doce, suas palavras sinceras e seu medo de menino.

Conta pra ele que ele é único e que isso é só dele.

Fala pra ele que a distância ainda me dói, mas só por que tive a sorte de senti-lo perto.

Fala que eu “to” aqui, ainda estou aqui, mesmo que ele não saiba…