Verdade seja dita: toda história tem dois lados!

E , se me permite, consigo pensar em poucas coisas que não possuem no mínimo dois lados, talvez a água e o fogo, mas acho que caberia discutir um pouco mais, o que não vem ao caso.

Falo sobre isso pra lembrar com carinho os “tombos” da vida, sejam aqueles na lama, fruto de um escorregão com um amigo ou aqueles da vida, ensinamento que doi e presente que alavanca.

Caímos tanto, tantas vezes e de tantas maneiras que, fragilmente, chegamos a pensar se o nosso lugar é no chão, sentimento estranho que transborda a alma pelos olhos.

Em momentos como este é certo que uma luz irradia à sua frente, ela se chama AMIGO.

O abraço forte, o colo quente, o choro consolado, a alegria multiplicada, a família compartilhada, a comida dividida, as brigas reconciliadas, o dinheiro emprestado, o puxão de orelha, o ensinamento mútuo, o anjo da guarda sem asas, a peste que te atormenta o dia, o segredo escondido, o apoio dos sonhos, e tanto mais, seja com a presença ou à distância, com palavras ou com olhar, com silêncio ou com música, com a mão ou com o toque da alma.

E com eles a paz imensa e momentaneamente eterna de saber o quanto se é amado, que jamais se estará sozinho, que não há maior riqueza na vida que o amor gratuito, o perdão concedido, o riso dado em horas de ócio criativo, em noites de filmes horríveis e inesquecíveis, na foto fazendo careta ou naquelas de sorrisos verdadeiros e que marcam momentos importantes ou um momento qualquer.

Os tombos da vida costumo pegar pelas mãos, ter uma séria conversa com ele para que não volte a se repetir, ele me conta seus motivos, eu apreendo bem o que me diz.

Ele então vai para a máquina de transformação chamada coração, e de lá sai renovado, como lembrança não do momento em que caí, mas do instante em que alguém me deu a mão, ou pacientemente esperou que eu pudesse levantar e se sentou ao meu lado, extraio também todo o respeito para não repeti-lo com outras pessoas. Olho para o tombo com carinho e lhe agradeço, ele me faz maior do que eu jamais imaginei ser e ainda me mostra os meus.

Ao amigo, dou parte do meu coração, deixo parte de minha alma e levo comigo todo amor que houver nessa vida nos mais diversos formatos.

E se um dia os olhos não mais puderem mostrar os amigos uns aos outros, eles ainda estarão lá, parte do outro que se tornou por escolher ficar e rolar na lama, ou correr na chuva ou ficar em silêncio no banco do parque.

Um amigo É! E se o estar é momentâneo, saiba que o SER é eterno…

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