Flertei com a vida e ela me roubou um beijo.

Sem perceber e em segundos, por ela me apaixonei.

Ai de mim que agora onde vou não me contento com o passar das horas. Quero sentir o tempo e viver o tic tac do relógio.

Disse a ela que precisávamos discutir a relação, afinal tanta paixão assim não me deixava o peito quieto.

Perguntei-lhe:

“Vida minha, por que me fazes sentir paixão, esse tumulto sem fim que anseia por maiores chamas? Ouvi dizer que o amor é calmaria, será então que não lhe amo?”

Como quem já tivesse ouvido aquelas dúvidas por todos os tempos ela sorriu, aquele riso sorrateiro de canto de boca, me olhou na alma e respondeu:

“Menina linda, está sentindo esse tumulto dentro de ti? Paixão não lhe fiz sentir, ela já existia, apenas foi despertada pelo meu doce beijo. O amor, meu confidente, se pronuncia em cada olhar que tu dedicas, no brilho dos olhos, na leveza do toque.”

Ah vida minha, eu poderia ainda lhe dedicar horas de conversa, mas você tinha pressa – afinal, ciente de sua brevidade – e se despediu.

Deixou em mim confusão e saudade, e a certeza de que a felicidade que me trazia na paixão de seus segundos deveria ser a busca de todo dia.

Sem mais, ela me aconselhou “Menina linda, vá viver!”.

E eu fui…

Deixe um comentário